Ações para amenizar impactos da estiagem

Encontro realizado em Marau reuniu representantes de cinco municípios

O departamento de agropecuária da ACIM – Associação Comercial, Industrial, Serviços e Agropecuária de Marau, através do presidente, Gustavo Ferreira, e do diretor Zeferino Sebben, juntamente com a Sala do Agronegócio vinculada à entidade, presidida por Vinícius Pradella, se unem às lideranças e autoridades municipais de Marau e região, para fomentar ações de iniciativa coletiva, com o objetivo de amenizar os impactos causados pela estiagem.

As dificuldades decorrentes das perdas econômicas e de produção, bem como o prejuízo social causado pela falta de chuva, motivam os gestores para novas formas de mobilização. Para tanto, uma reunião foi realizada na tarde de segunda-feira, 24/02, na prefeitura de Marau, com a presença de representantes de Camargo, Gentil, Nicolau Vergueiro e Vila Maria. Também participaram do encontro, engenheiros agrônomos, cujos relatos confirmam que os danos ocasionados pela estiagem comprometeram aproximadamente 70% das lavouras de milho. A ausência de chuva, porém, agora implica também na produção de soja, como explicam os profissionais.

A falta de chuva atinge o estado desde dezembro do ano passado. Alguns municípios gaúchos, entre eles Vila Maria e Camargo, foram obrigados a tomar medidas de racionamento de água e criar sinais de alerta para que a população também colabore, evitando o desperdício. Em alguns locais, poços artesianos já foram perfurados para tentar suprir as necessidades.

Também representada na reunião, a Defesa Civil relata a dificuldade para munir-se de toda a documentação solicitada pelo órgão estadual responsável pela vistoria e homologação do decreto de emergência, emitido pelos municípios ainda no mês de janeiro. Em comum acordo, os participantes do encontro firmaram as seguintes prioridades: prorrogação das dívidas dos produtores rurais que tenham origem no crédito rural em tempo hábil para busca de soluções definitivas para os prejuízos causados pela estiagem; prorrogação das parcelas dos contratos de investimentos, inclusive no âmbito do PSI, que vencerão em 2020; a repactuação em até dez anos do valor do crédito agropecuário, com manutenção dos encargos contratuais. O grupo propõe, ainda, que se crie linhas de crédito através do manual do crédito rural para cooperativas, empresas e fornecedores, que permitam as a repactuação das dívidas; criação de linha de crédito emergencial para agricultores familiares com teto máximo de R$ 20 mil, com prazo de cinco anos para pagamento e sem taxas de juros, de modo que o empreendedor possa manter o capital de giro e a ampliação no zoneamento do plantio da soja para 31 de janeiro e do milho para 28 de fevereiro, com intuito de aumentar a janela de plantio, viabilizando o amparo de crédito oficial para o plantio mais tardio das culturas.

Durante a reunião realizada em Marau, também foi indicada a necessidade de aumentar a cota em 50% por animal e 50% por limite de DAP do milho do balcão da CONAB, como forma de suplementar a dieta pecuária. Outro item pautado pelos gestores incide sobre a antecipação dos pedidos do programa Troca Troca de forrageiras e também o aumento do valor por beneficiário como objetivo de antecipar o plantio e ampliar a disponibilidade de forrageiras de inverno para a pecuária.

Diante das demandas, o prefeito de Marau, Iura Kurtz, se comprometeu em agendar audiência com Governo Estadual para debater a situação enfrentada na região e buscar análise de soluções, de modo que as prioridades elencadas possam repercutir na prática.